Olhar para todos aqui presentes é
algo muito gratificante.
Sabemos que no fundo todos olham
para algo muito maior. Na verdade não olham, mas sentem, no fundo do coração,
que há algo muito importante que precisa ser feito.
Todos sabem que, apesar desta noite
ser muito especial por contar com toda a energia aqui presente, há uma
inquietação em que nos encontramos e que é o combustível de uma transformação.
Isso nos lembra de como esta energia é presente na juventude.
As crianças possuem esta
inquietação. Uma energia e uma ânsia por novidades, por descobertas, por
mudanças. Elas são um futuro em que temos que apostar, acreditar e investir.
São seres humanos na epopeia da descoberta. Precisam de apoio e atenção. E como
é bom darmos atenção às crianças! Afinal nos recordamos de como éramos felizes
quando crianças, com nossas brincadeiras e brinquedos. É uma forma nostálgica
de nos aproximarmos de um tempo que para muitos está longe. É como abrir aquela
velha caixa de recordações boas.
Mas à medida que o tempo passa
todos ficamos cada vez mais saudosos dos tempos que já se passaram, onde éramos
cercados dos melhores amigos, dos pais, dos irmãos, dos animais de estimação
companheiros de sempre. Éramos plenos de companhias, de conversas, risadas, por
vezes choros, mas sempre vivos pela interação social.
Muitos ainda permanecem no início
da jornada e vivem isto todos os dias. Muitos outros estão na metade do caminho
e alguns já acumulam longos anos de experiências e vida. Somos netos, filhos,
pais, avôs, bisavôs. Todos somos pessoas que amam, riem, choram, vivem.
Nesta jornada, com o percurso da
vida evoluindo ano a ano, de forma natural, mas não certa, os pais, avôs,
companheiros e muitos de nossos amigos vão nos deixando. O caminho trilhado,
para muitos, cada vez coincide com uma solidão latente, triste e pesada. Por
outro lado, quanto mais longo é o percurso trilhado, as limitações do tempo vão
aparecendo e parecem espantar de nós aqueles que vimos pequenos, aqueles que
ajudamos a criar, que dedicamos amor e atenção. Ficamos velhos, chatos, sós.
Mas ainda somos pessoas em busca de amor, carinho e atenção.
Parece incrível, mas todos nós
estamos inseridos nessa realidade. É a vida. Somos ou fomos filhos, somos ou
seremos pais (quem sabe?), somos ou talvez seremos avós (quem sabe?). Mas no
fundo no fundo, não queremos ficar sozinhos.
Mas devemos aceitar a solidão como
nosso futuro? Acreditamos que não.
O propósito por trás de toda essa
energia canalizada esta noite não se trata apenas de arrecadarmos recursos para
ajudarmos estas 40 senhoras que convivem juntas. Elas precisam de ajuda e de
recursos e todos aqui estão contribuindo com isto. Mas no fundo elas convivem
com a solidão de não terem por perto seus melhores amigos, perdidos ao longo do
tempo; ou seus pais, há muito tempo parte de um passado distante; ou muitos dos
seus entes queridos que pouco ou nunca aparecem para dar os mais preciosos e
conhecidos presentes: amor, carinho e atenção. A solidão é um sopro gelado que
tenta apagar nossa chama interior. Nosso calor de vida. Independente da idade,
todos somos seres com os mesmos anseios. Mas quanto mais velhos ficamos, mais
esquecidos ficamos.
Estamos aqui para mudar isto! Todos
nós aqui devemos perceber que compartilhamos um sonho, um sonho de um propósito
de ajudar o próximo, pois “Um sonho que se sonha só é apenas um sonho, mas
quando se sonha em conjunto, se torna realidade”. Materializaremos esse carinho
em recursos para cada uma destas queridas senhoras, mas nossa atitude não deve
se limitar à hoje ou a estas senhoras. O amor, o carinho e a atenção devem se
estender a todos. Esta é a real atitude solidária. E se a semente desta planta
transformadora está germinando em cada um aqui presente, então o sonho já é uma
realidade! Não parem, onde quer que estejam, de transformar um sonho em
realidade.
O nosso muito obrigado por fazerem
parte desta atitude!
Um grande abraço do Grupo Atitude!
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